Ex-assessor de Júlio Campos é condenado a 9 anos por assassinato de músico em Cuiabá

Kleber Ferraz Albues, ex-policial e ex-assessor do deputado estadual Júlio Campos (UNIÃO), foi condenado a 9 anos pelo homicídio e ocultação do cadáver do músico Thiago Festa Figueiredo, em 2011, em Cuiabá. O técnico de informática Hueder Marcos de Almeida, apontado como comparsa de Kelbert, foi sentenciado a um ano.

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O julgamento realizado pela 1ª Vara Criminal de Cuiabá começou às 9h desta quinta-feira (10) e encerrou por volta da 1h da madrugada desta sexta (11).
Kleber foi condenado a 9 anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado, além de 12 dias-multa, pelos crimes de homicídio simples, falsidade ideológica e sequestro. Já Hueder Marcos de Almeida recebeu pena de 1 ano de detenção, em regime aberto, por homicídio culposo.
Segundo a acusação, Thiago foi forçado a ingerir uma combinação de medicamentos de uso restrito, sem prescrição ou supervisão médica, em uma clínica de desintoxicação, o que resultou em sua morte.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia 9 de dezembro de 2012, após ser detido pela Polícia Militar junto com outro jovem por posse de drogas, Thiago foi levado ao CISC Norte. Na unidade, Kleber — que exercia o cargo de investigador de polícia — teria constrangido a vítima, sob ameaça com arma de fogo, a conduzi-lo até a clínica JKR, onde segundo o Ministério Público, operava um esquema irregular de internações forçadas.
Na clínica, a vítima teria sido dopada com um coquetel de medicamentos, apesar de ter alertado sobre alergia a determinadas substâncias. Após sofrer os efeitos da medicação, Thiago morreu no chamado “quarto da disciplina”, local utilizado para contenção de pacientes. O corpo foi então retirado do local e abandonado às margens de uma estrada, próximo ao Distrito da Guia, com o intuito de simular um “encontro de cadáver”.
Foi apontado que Kleber e Hueder falsificaram o boletim de ocorrência, tentando fazer parecer que a morte havia ocorrido por overdose e que o caso era de competência do próprio CISC Norte, e não da Delegacia de Homicídios. Também houve tentativa de mascarar a internação como voluntária, sem qualquer comunicação à família da vítima.
Inicialmente, os acusados chegaram a ser absolvidos sumariamente do homicídio e os crimes conexos foram considerados prescritos. No entanto, o Ministério Público recorreu e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso reformou a decisão, pronunciando os réus para julgamento em júri popular. Recursos apresentados pelas defesas ao STJ não foram admitidos, o que tornou definitiva a decisão de levá-los ao julgamento que, enfim, os condenou.
No começo de junho veio à tona a data do julgamento de Kleber que, até então, atuava como assessor parlamentar do deputado estadual Júlio Campos. Poucos dias depois da notícia, o deputado informou a exoneração de Kleber do seu gabinete. 

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