Nos últimos 20 anos, vimos uma verdadeira transformação nas operações florestais. A mecanização evoluiu, os dados passaram a ser gerados em tempo real e a conectividade no campo encurtou distâncias entre o que acontece lá na ponta e a tomada de decisões. Isso trouxe mais segurança, mais qualidade e mais capacidade de resposta.
Se antes a informação do campo podia demorar dias, hoje chega quase instantaneamente. E quando enxergamos melhor, conseguimos produzir mais, com mais qualidade e menos custo.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_afe5c125c3bb42f0b5ae633b58923923/internal_photos/bs/2025/K/R/0OTVe3Qnmj6sIXFA7T9g/site-com-foto-1-.png)
Tecnologias embarcadas em equipamentos, automações nos viveiros, soluções que conjugam várias operações ao mesmo tempo, tudo isso vem mudando a maneira como trabalhamos. E não só nas florestas plantadas. Na proteção de florestas nativas, o uso de monitoramento por câmeras com a aplicação de inteligência artificial e a agilidade na resposta a focos de incêndio fazem toda a diferença.
Essa transformação também atinge o perfil do profissional. O engenheiro florestal de hoje precisa ser mais estratégico, mais conectado e mais colaborativo. As decisões são mais rápidas, as variáveis mais complexas e a atuação cada vez mais integrada com outras áreas da empresa. Habilidades como resiliência, trabalho em equipe e adaptabilidade nunca foram tão necessárias.
Na última semana antes de deixar Viçosa, recém-formado, ouvi de um veterano um conselho que carrego até hoje: “Não espere que o lugar se adapte a você. É você quem tem que se adaptar a ele.” O tempo mostrou que ele tinha razão. Hoje, no Dia do Engenheiro Florestal, olho para a profissão e percebo o quanto a floresta mudou, e o quanto nós mudamos com ela. A floresta de ontem era analógica, com pouca visibilidade em tempo real e processos mais manuais. A floresta de hoje é tecnificada, conectada e cada vez mais eficiente e sustentável.
Mas o nosso impacto não é apenas técnico. Por meio dos programas de formação, das ações com comunidades e da geração de emprego e renda nas regiões onde atuamos contribuímos diretamente para o desenvolvimento social. A engenharia florestal não só transforma paisagens, transforma realidades e pessoas.
O setor florestal brasileiro caminha para se consolidar como referência não apenas em resultados, mas em processos sustentáveis, inteligentes e acessíveis. E o engenheiro florestal é parte essencial desse movimento.
Para quem sonha seguir essa carreira, minha mensagem é clara: vocês são necessários. O setor precisa de novos profissionais engajados, prontos para inovar, colaborar e transformar. Essa é uma profissão ampla, desafiadora e, acima de tudo, capaz de gerar impacto real na sociedade. Um orgulho que só cresce, como nossas florestas.
*Marcus Sad é gerente de Desenvolvimento Operacional da MS Florestal
As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Globo Rural.
Deixe um comentário