Os contratos futuros de suco de laranja registraram forte alta nas negociações desta sexta-feira (11/7) na bolsa de Nova York, ainda influenciada pela imposição americana de tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
Após uma valorização superior a 6% no último pregão, os papéis para setembro encerraram o dia em alta de 9,48%, a US$ 2,8885 por libra-peso. O mercado americano é destino de mais de 40% das exportações de suco de laranja brasileiro.
Nesta sexta-feira, a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) informou que as exportações brasileiras de suco de laranja encerraram a safra 2024/25 com a maior receita já registrada, totalizando US$ 3,31 bilhões. O valor representa uma alta de 31,4% em relação aos US$ 2,52 bilhões obtidos na safra anterior. Considerando os subprodutos, o faturamento total do setor chegou a US$ 3,85 bilhões.
Em contrapartida, o volume embarcado foi o menor da série histórica, iniciada em 1997. Foram embarcadas 745.593 toneladas, o que corresponde a uma retração de 21,7% frente às 952.295 toneladas exportadas em 2023/2024.
Cacau e açúcar
O cacau com vencimento em setembro registraram valorização de 1,46%, negociados a US$ 8.177 por tonelada. O movimento representa uma recuperação parcial após recentes quedas influenciadas por preocupações com a demanda global.
A instabilidade comercial e o fortalecimento do dólar têm pressionado os preços futuros da commodity. Segundo o portal Mercado do Cacau, esses fatores levaram o mercado a testar novamente a zona de suporte técnico em torno de US$ 8.000 por tonelada.
“As cotações refletem não apenas o impacto macroeconômico das tarifas comerciais, mas também preocupações estruturais sobre a demanda, em um ambiente global mais volátil”, destaca a análise.
Empresas do setor de chocolates seguem ajustando estratégias diante da queda nas vendas, o que tem influenciado o comportamento do mercado nas últimas semanas com pressão baixista. As preocupações com o desenvolvimento da safra na África Ocidental contribuem para o lado altista.
O açúcar demerara teve valorização de 1,77%, com os papéis para outubro cotados a 16,57 centavos de dólar por libra-peso.
O café arábica, por outro lado, fechou em queda após as recentes altas. Os contratos com vencimento em setembro fecharam cotados a US$ 2,8650 por libra-peso, com desvalorização de 0,45%. A queda reflete a realização de lucros e o avanço da colheita brasileira, que insere os grãos no circuito comercial.
Contudo, as tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros limita as quedas. Como o Brasil é o maior produtor mundial de café e a demanda norte-americana segue aquecida, o mercado sofre pressão altista nos preços.
O algodão, por sua vez, encerrou o dia em leve queda, de 0,08% nos papéis para outubro, a 66,20 centavos de dólar por libra-peso.
Deixe um comentário