Brasil busca acordo para evitar tarifaço dos EUA sobre exportações

Diante da decisão do governo dos Estados Unidos de taxar em 50% as importação sobre produtos brasileiros, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, conduziu nesta terça-feira (15) uma série de reuniões com representantes dos setores industrial e agropecuário. O encontro teve como objetivo alinhar estratégias e discutir os impactos da medida sobre a economia nacional.

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Alckmin lidera ofensiva contra aumento de tarifas americanas. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Com a nova tarifa prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, empresários de diversos segmentos — incluindo aviação, siderurgia, têxteis, papel e celulose — demonstraram preocupação com os prejuízos já sentidos e reforçaram a importância de uma resposta coordenada, porém sem retaliações. As lideranças empresariais também solicitaram ao governo que considere pleitear o adiamento da aplicação das novas taxas.

Alckmin transmitiu o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às negociações e destacou que o governo está empenhado em evitar que as tarifas entrem em vigor. “Estamos todos comprometidos em buscar um entendimento. A parceria comercial entre os dois países é fundamental, e a decisão americana poderá gerar prejuízos de ambos os lados, inclusive elevando o custo de produtos para os consumidores nos Estados Unidos”, afirmou.

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O vice-presidente também ressaltou o crescimento recente nas trocas comerciais entre os dois países: de janeiro a junho deste ano, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 4,37%, enquanto as importações de produtos americanos aumentaram 11,48%.

Os empresários, por sua vez, se comprometeram a intensificar o diálogo com parceiros norte-americanos — como compradores e fornecedores — a fim de sensibilizá-los sobre os possíveis impactos negativos da medida, tanto para a indústria brasileira quanto para a economia dos EUA.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que participou da reunião com representantes do setor agropecuário, lembrou que o governo federal tem atuado desde o início do mandato na ampliação de mercados para os produtos do campo. Segundo ele, 393 novos mercados internacionais foram abertos até o momento. Ainda assim, o ministro reforçou que o objetivo é preservar as vendas ao mercado americano, especialmente diante da expectativa de que as exportações de carne brasileira pudessem dobrar em 2025.

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“O diálogo está aberto e será conduzido com firmeza e respeito. A relação com os EUA é estratégica, mas também precisa ser justa”, concluiu Fávaro.

Enquanto o governo busca uma solução diplomática para o impasse, empresários e autoridades trabalham para evitar perdas maiores e manter a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

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