Após reunião entre governo e setor produtivo, a lei da reciprocidade parece ser carta fora do baralho e o Brasil não deve retaliar a imposição de 50% de taxas sobre produtos brasileiros feitos por Donald Trump. A aposta do agro é na articulação entre os setores público e privado, com a ajuda de entidades norte-americanas.
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A avaliação conjunta foi detalhada à reportagem pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Pavel Cardoso, que destacou a convergência entre os segmentos do agro que estiveram com o vice Geraldo Alckmin e o ministro Carlos Fávaro nesta terça-feira (15/7), em Brasília.
“A reunião foi uma convergência uníssona de todo o setor produtivo defendendo urgência e atenção aos prazos”, enfatizou. Segundo ele, o setor considerou satisfatória a reunião com o governo pela conclusão de que a saída é através da diplomacia, respeitando o histórico de relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
“O governo recebeu muito bem o recado e a leitura do setor é que o agro conseguiu passar bem a ideia de atenção com os prazos para até fim de julho conseguir mitigar a situação e voltar ao status original, de tarifas de 10%”, disse Cardoso ao Valor.
Ele comentou também que a articulação mira a estabilidade comercial, ao mesmo tempo que atende às necessidades de cada segmento agrícola, em especial aqueles com maior urgência de resolução, como o de frutas.
O governo brasileiro pediu aos representantes que façam a interlocução com as entidades respectivas norte-americanas para colaborarem nas negociações, lembrou Cardoso. O equilibro comercial será o foco e para o café, acrescentou ele, a interlocução entre entidades é importante considerando o volume de consumo dos EUA, que é de 4,9 quilos por pessoa ao ano. “Mesmo sem plantar café, o grão gera receita através do trabalho nos EUA”, reiterou.
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