Resumo
O governo brasileiro enviou uma carta aos EUA manifestando indignação pelas novas tarifas de 50% impostas por Donald Trump, destacando o impacto negativo na economia bilateral e reiterando interesse em negociar soluções para preservar a parceria histórica.
O governo brasileiro manifestou a ‘indignação’ pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos e cobrou uma solução ‘mutuamente aceitável’. O pedido foi feito em carta endereçada ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio do país, Jamieson Greer, a terça-feira, 15.
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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços divulgou nesta quarta, 16, o documento assinado pelo ministro e vice-presidente, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Segundo o governo, a tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos EUA, anunciada pelo presidente Donald Trump no último dia 9, terá “impacto muito negativo” sobre setores importantes da economia de ambos os países, “colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda”.
“Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre os países, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas”, aponta o primeiro termo.
Ainda de acordo com o comunicado, o governo brasileiro mantém, desde antes do anúncio das tarifas recíprocas, um diálogo “de boa-fé” com as autoridades estadunidenses para buscar alternativas que aprimorem o comércio bilateral, “apesar de o Brasil acumular com os EUA grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões (cerca de R$ 2,2 trilhões, na cotação atual)”.
A pasta aponta também que o Brasil solicitou em “diversas ocasiões” que os americanos identificassem áreas específicas de preocupação para o governo, e até apresentou em 16 de maio uma minuta confidencial de proposta, com áreas de negociação nas quais poderiam explorar soluções mutuamente acordadas. No entanto, não houve resposta dos Estados Unidos.
“Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma que o Brasil estará respaldado pela Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o governo a adotar medidas proporcionais contra os Estados Unidos.
A nova tarifa de 50% anunciada por Trump começa a valer no dia 1º de agosto. Até lá, Alckmin garantiu que manterá o diálogo com o comércio estrangeiro, e que a indústria brasileira busca saídas para reverter o aumento da alíquota.
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