O governador Mauro Mendes (União Brasil) reafirmou não ter visto evidências de tentativa de golpe em 2022 e criticou a desproporção das punições aos manifestantes de 8 de janeiro, comparando-as às invasões do MST e às penas aplicadas a crimes mais graves, como homicídio. Mendes também acusou o Judiciário de adotar critérios distintos para movimentos de esquerda e pediu mais equilíbrio nas sanções para evitar uma “confusão jurídica” que, segundo ele, ameaça a democracia.

O governador reconheceu os excessos do 8 de Janeiro, defende punição, mas voltou a criticar a rigidez das penas aplicadas a manifestantes, comparando-as com crimes mais graves. “Eu sou contra invasão. Invadiram, erraram, depredaram, têm que ser responsabilizados, sim. Mas 15 anos de prisão? Tem gente que mata alguém e pega 6 anos. O cara vai lá, pinta uma estátua, invade, e vai pegar 15?”, questionou.
Mendes também acusou o Judiciário de agir com critérios diferentes quando se trata de movimentos ligados à esquerda, citando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Quantas invasões o MST fez e tem alguém preso? Quem invadiu propriedade privada, o lar de alguém? O Congresso não é mais importante do que a casa de uma pessoa. Se vale para um, tem que valer para todos”, disse.
Apesar de dizer que respeita as instituições, o governador apontou o que chamou de “confusão jurídica” no país e alertou para os impactos disso no futuro da democracia. “Vejo uma confusão, pelo menos à luz do que conheço, acontecendo nesse país. Isso não é bom para o curto, médio e longo prazo da nação brasileira”, completou.