Guerra tarifária volta a provocar forte alta nos preços do café em NY

Mais uma vez, os preços do café negociado em Nova York receberam impulso das questões relacionadas às tarifas do presidente americano Donald Trump. Nesta quarta-feira (16/7), os contratos que vencem em setembro fecharam em alta de 3,73% (1110 pontos), a US$ 3,0845 a libra-peso.

Na avaliação de Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, os preços subiram com ajustes técnicos ocasionados pelos fundamentos atuais de mercado.

“Após os preços ultrapassarem os U$S 3, os participantes que operam no mercado começaram a disparar ordens de compra para o café, olhando para essa questão das tarifas e também para o clima no Brasil”, disse Bonfá.

Ele aponta, também, que o quadro de incerteza em torno das tarifas deixa o produto ainda mais volátil na bolsa americana. Enquanto o setor produtivo tenta negociar uma solução com o governo, Trump está prometendo taxas de 50% sobre as exportações de todos os produtos do Brasil a partir de 1º de agosto.

“Com toda essa incerteza ninguém nos EUA vai comprar café do Brasil. E ainda há outra questão: e quem já está com o produto comprado? Tem muita carga no porto hoje embarcando para lá [para os os EUA]. Quem vai arcar com esse custo de 50% a mais”, questionou.

O diretor da Pharos comentou que o Brasil pode viver a mesma situação de outro grande exportador de café, a Indonésia. Depois de aplicar sobretaxas de 32% para os indonésios, Trump reduziu esse percentual para 19%. “O comércio do Brasil fica muito mais frágil com essas tarifas de 50%”, avaliou Bonfá.

Por fim, o preço do café também foi direcionado por relatos de um rendimento abaixo do esperado para a colheita de arábica no país, que chegou a 60% da área, de acordo com o especialista.

Suco de laranja

Após uma alta que superou os 20% nos últimos quatro pregões, o preço do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) cedeu em Nova York, pressionado por um movimento de realização.

Os lotes do produto para setembro fecharam em queda de 1,03% (325 pontos), a US$ 3,1125 a libra-peso.

O mercado ainda seguirá pautado pelas discussões do tarifaço de Donald Trump contra os produtos brasileiros. Os investidores em Nova York temem impactos para a comercialização de suco do Brasil, o maior exportador mundial do produto.

Pela segunda sessão consecutiva, os preços do cacau registraram forte queda na bolsa de Nova York. Os contratos para setembro caíram 3,11% (245 pontos), para US$ 7.639 a tonelada.

O algodão fechou a sessão em Nova York com preços em leve queda. Os lotes para dezembro recuaram 0,04% (3 pontos), a 68,56 centavos de dólar a libra-peso. No caso do açúcar, o valor ficou estável em relação à ontem. O papel para outubro se manteve cotado a 16,56 centavos de dólar a libra-peso.

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