Receita com exportação de café do Brasil bate recorde na safra 2024/25

O Brasil faturou um montante inédito com as exportações de café na safra 2024/25 (julho a junho). As vendas do produto no período alcançaram US$ 14,72 bilhões, crescimento de 49,5% na comparação com os US$ 9,84 bilhões do recorde anterior, alcançado na temporada 2023/24, mostram dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“Os preços, principalmente no segundo semestre de 2024, foram bastante impulsionados por menores potenciais produtivos nos principais produtores mundiais, fato que se observou ao longo de praticamente os últimos cinco anos, quando extremos climáticos afetaram cafezais de Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia. Isso proporcionou uma elevação significativa no valor do café e potencializou a receita cambial recorde de nossas exportações”, analisou, em nota, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.

Em volume, na temporada 2024/25, o Brasil exportou, para 115 países, 45,58 milhões de sacas de 60 quilos – equivalentes a 152.938 contêineres – de todos os tipos de café, redução de 3,9% em relação aos 47,45 milhões embarcadas nos 12 meses do ciclo 2023/24. Apesar do recuo, esse foi o terceiro melhor desempenho na história, ficando atrás apenas da safra anterior e da 2020/21 (45,67 milhões de sacas).

O presidente do Cecafé considerou positivo o desempenho alcançado com as exportações em volume, uma vez que a temporada foi marcada por dificuldades no cenário geopolítico, além de gargalos logísticos nos portos do país.

“A terceira marca na história das exportações brasileiras de café é significativa, uma vez que foi alcançada diante de conflitos geopolíticos, que geram ainda mais desafios na logística comercial em todo o mundo, e de um cenário de infraestrutura defasada nos portos do Brasil, que geram sucessivos atrasos e alterações de escala, resultando em não consolidação de embarques e enormes prejuízos aos exportadores brasileiros devido a taxas imprevistas de sobre-estadia e armazenagem extra”, apontou.

“Além disso – completa Ferreira –, temos visto a chegada de regulamentos socioambientais no comércio global, principalmente na Europa, para onde mantivemos exportações superiores a 23 milhões de sacas, ou mais da metade do total, o que evidencia o caráter sustentável dos cafés do Brasil”.

No fechamento de junho deste ano, o país exportou 2,60 milhões de sacas e obteve receita cambial de US$ 1,030 bilhão. Essa performance também elevou os embarques brasileiros de café para 19,41 milhões de sacas no primeiro semestre de 2025, gerando US$ 7,51 bilhões em divisas ao Brasil.

Destinos

Os Estados Unidos lideraram o ranking dos principais parceiros comerciais dos cafés do Brasil na safra 2024/25, adquirindo 7,46 milhões de sacas. Esse volume representa alta de 5,65% na comparação com os 12 meses da temporada anterior e corresponde a 16,4% das exportações totais de café do país.

A Alemanha, com 14,3% de representatividade, adquiriu 6,52 milhões de sacas (+0,25%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vieram Itália, com a importação de 3,55 milhões de sacas (-5,96%); Bélgica, com 3,08 milhões de sacas (-21,2%); e Japão, com 2,29 milhões de sacas (-7,38%).

Tipos de café

Nos 12 meses da safra 2024/25, o café arábica foi a espécie mais exportada pelo Brasil, com o envio de 34,80 milhões de sacas ao exterior. O volume equivale a 76,4% do total, mesmo implicando queda de 1,9% frente a idêntico intervalo antecedente.

Na sequência, com 6,57 milhões de sacas, aparece a espécie canéfora (conilon + robusta), apesar de registrar declínio de 20,3% na comparação com a temporada 2023/24. Esse tipo de produto respondeu por 14,4% das exportações totais.

Os segmentos do café solúvel, com 4,15 milhões de sacas – alta de 12,6% e 9,1% do total –, e do produto torrado e torrado e moído, com 56.862 sacas (+21,3% e 0,1% de representatividade), completam a lista.

Cafés diferenciados

Os cafés que têm certificados de práticas sustentáveis ou qualidade superior responderam por 19,5% das exportações totais brasileiras no ano safra 2024/25, com a remessa de 8,90 milhões de sacas ao exterior. Esse volume é 1,2% superior ao aferido no acumulado de julho de 2023 a junho do ano passado.

A um preço médio de US$ 369,56 por saca, a receita cambial com os embarques do produto diferenciado foi de US$ 3,292 bilhões, o que correspondeu a 22,4% do total obtido com todos os embarques no ciclo cafeeiro recém-encerrado. No comparativo com os 12 meses da temporada 2023/24, o valor é 63,2% maior.

Os EUA lideraram o ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados, com a compra de 1,74 milhão de sacas, o equivalente a 19,6% do total desse tipo de produto exportado. Na sequência, aparecem Alemanha, com 1,47 milhão de sacas e representatividade de 16,6%; Bélgica, com 813.132 sacas (9,1%); Holanda (Países Baixos), com 593.389 sacas (6,7%); e Itália, com 509.991 sacas (5,7%).

Portos

O Porto de Santos (SP) foi o principal exportador dos cafés do Brasil no ano safra 2024/25, com o embarque de 33,07 milhões de sacas e representatividade de 72,6% no total. Na sequência, vieram o complexo portuário do Rio de Janeiro, que respondeu por 22,7% ao enviar 10,33 milhões de sacas ao exterior, e o Porto de Vitória (ES), que exportou 348.121 sacas e teve representatividade de 0,8%.

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