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Michelly e Dias adotaram a mesma linha de raciocínio, afirmando que a retirada do projeto só foi possível após a articulação dos vereadores. A vereadora contestou as vaias recebidas, enquanto Dias afirmou que o projeto “é uma conquista dos vereadores, não do Sintep [Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso]”.
“Olha só, quem está vaiando aí. A senhora, por favor, me ouça! Por favor, me ouça. Estou pedindo respeitosamente para a senhora me ouvir. O prefeito foi sensível à causa de vocês, os vereadores foram sensíveis. E eu… Eu não estou entendendo e digo mais: é por isso que a educação de Cuiabá vai ser bem cuidada pelos vereadores e pelo prefeito”, disse o vereador, visivelmente irritado na tribuna.
O parlamentar continuou, alegando que os profissionais se recusavam a escutá-lo. “(…) Você não está nem me ouvindo! Você só quer falar! Para pra me ouvir! O período de recesso vai ser remunerado.”
Na sequência, ele parabenizou os parlamentares pela articulação junto ao prefeito. “Eu quero parabenizar os vereadores e vereadoras junto com o prefeito Abílio, mas não pelos professores que não querem nos ouvir, mas sim ao professor que está na sala de aula e merece nosso respeito. Não será pelo Sintep, essa é uma conquista dos vereadores desta Casa. O prefeito vai apresentar uma proposta para que o recesso seja também considerado férias. Usar isso politicamente está errado.”
A vereadora Michelly Alencar, que presidia a sessão, pediu educação e respeito aos parlamentares em meio às vaias. Ela disse que ficou sem entender a reação dos profissionais da educação em vaiar os vereadores que, segundo ela, estavam lutando pelos professores.
“Eu peço a educação dos senhores com cada um desses parlamentares que estão aqui defendendo vocês. Foi o trabalho de todos que fez o prefeito recuar da decisão. Se não fosse o pedido dos vereadores, ele não recuaria da decisão. Ele chegou na tribuna, convicto, e saiu daqui dizendo que retiraria o projeto. Agora, eu não entendo porque os senhores estão revoltados conosco que estamos defendendo vocês”, disse.
“É muito triste ver que temos parlamentares comprometidos com a educação e os senhores não estão do nosso lado. Não estou entendendo porque vocês estão reivindicando dos vereadores um posicionamento que já foi tomado. Um posicionamento unânime. Nós fizemos o prefeito recuar. É triste saber que estamos defendendo vocês e um vereador, quando se manifesta, vocês acabam variando.”
A polêmica
Nesta segunda-feira, o prefeito Abilio Brunini (PL) anunciou a retirada de pauta do projeto de lei que previa a readequação do pagamento de férias dos profissionais da Educação.
A decisão foi comunicada durante apresentação do balanço dos seis primeiros meses de gestão na Câmara Municipal, onde o chefe do Executivo detalhou a situação financeira da prefeitura e afirmou que vai buscar alternativas para lidar com o passivo herdado da gestão anterior.
A proposta previa que os 15 dias de recesso escolar do meio do ano voltassem a ser considerados como recesso, e não mais como férias, mudança estabelecida por lei aprovada em 2020, na véspera das eleições, sem que jamais tivesse sido aplicada integralmente, segundo o prefeito.
O texto tinha como objetivo limitar o pagamento do adicional de 1/3 de férias aos 30 dias do fim de ano, reduzindo uma despesa anual de aproximadamente R$ 9 milhões.

Vereadores se revoltam com vaias e afirmam que recuo de Abilio foi mérito da Câmara: ‘conquista nossa, não do Sintep
Os vereadores Michelly Alencar (UNIÃO) e Tenente Coronel Dias (Cidadania) reprovaram o protestos de professores municipais no plenário da Câmara de Vereadores, durante a sessão desta terça-feira (15). Os educadores protestavam contra o projeto de lei que readequava o pagamento das férias dos profissionais da Educação, que foi retirado de pauta pelo prefeito Abílio Brunini (PL) em sessão extraordinária na segunda-feira (15).
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