Resumo
Jair Bolsonaro se exaltou durante entrevista à CNN, negando envolvimento em tentativa de golpe de Estado, enquanto a PGR o aponta como líder de organização criminosa em alegações finais enviadas ao STF.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu o tom durante uma entrevista ao vivo para a CNN Brasil na noite de terça-feira, 15, durante o programa CNN Arena.
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O ex-chefe do Executivo se estressou enquanto conversava com os jornalistas da emissora sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que ele seja preso por tentativa de golpe de Estado.
“Agora, querem me prender por tentativa de golpe. Que golpe, p*rra? Que golpe é esse? Sem tropas, sem armas, sem forças armadas, sem nada”, xingou o ex-presidente.
O âncora Leandro Magalhães tentou interromper Bolsonaro por algumas vezes, mas o ex-presidente continuou o discurso. “Com coitados nas ruas, uma mulher idosa [foi] presa, 17 anos de cadeia! Uma covardia o que fazem com essas pessoas e querem justificar me prendendo”, gritou Bolsonaro.
Leandro interrompeu o ex-presidente novamente, pediu desculpas pelo ‘corte’ e agradeceu a disponibilidade dele em conversar com o canal. “Ok, desculpas”, pediu o ex-chefe do Executivo brasileiro.
Entenda o indiciamento de Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro é apontado como parte do “núcleo crucial” do plano de tentativa de golpe de Estado pela PGR, que publicou sua manifestação final com 517 páginas na noite da última segunda-feira, 14.
No documento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reconheceu o ex-presidente como líder da organização criminosa e afirmou que o ex-presidente é o “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito.”
Fazem parte deste “núcleo crucial”:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
Agora, após as alegações finais da PGR serem entregues à 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, as defesas dos oito réus terão a última oportunidade de apresentar seus argumentos. Até o momento, todos negaram qualquer ligação com a trama golpista.
Foram atribuídos a Jair Bolsonaro e seus aliados os crimes de:
- tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito (pena de 4 a 8 anos);
- golpe de estado (pena de 4 a 12 anos);
- organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos, que pode ser aumentada para 17 anos com agravantes citados na denúncia);
- dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (pena de 6 meses a 3 anos);
- deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).
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