Escolher entre confinamento próprio ou terceirizado não é simples. A decisão impacta diretamente os custos da engorda e o retorno financeiro da fazenda. Quer saber qual modelo de confinamento é o mais adequado para você? Assista ao vídeo abaixo e confira as valiosas dicas!
Segundo o zootecnista Maurício Scoton, professor da Universidade do Agro de Uberaba (Uniube), o primeiro ponto a ser analisado é o investimento em estrutura, que pode variar de R$ 4 mil a R$ 8 mil por animal instalado.
Para compensar esse alto custo, a fazenda precisa fazer vários giros por ano. Confinar apenas na seca pode não ser suficiente para diluir os custos fixos. É por isso que muitos confinamentos operam também durante o período das águas.
Gestão e mão de obra fazem a diferença

Outro fator decisivo é a complexidade da gestão operacional. “Não é só jogar ração no cocho”, alerta Scoton. Ter sucesso com o confinamento exige equipe treinada, controle rigoroso da alimentação e uso de tecnologia para garantir ganho de peso e eficiência máxima.
Um confinamento bem operado pode gerar ganhos diários de 150 a 200 gramas a mais por boi, mesmo usando a mesma dieta de outro com gestão menos eficiente. Isso só é possível com automação, monitoramento por chips e operação contínua — sete dias por semana.
Formar uma equipe de trato realmente eficiente leva tempo, cerca de dois anos de capacitação, o que dificulta a vida de quem quer montar um sistema próprio com pouca experiência.
Poder de compra pesa no custo da dieta

A formulação da dieta representa a maior parte dos custos no confinamento. Confinamentos grandes conseguem comprar mais insumos a preços melhores e trabalhar com uma variedade maior de ingredientes, o que permite criar dietas com efeito associativo — combinação de alimentos que melhora a conversão alimentar.
Já confinamentos pequenos enfrentam dificuldade em manter o estoque regular e, muitas vezes, precisam alterar a dieta com frequência, o que compromete o desempenho dos animais.
No fim das contas, o custo da diária pode ser semelhante ao de um boitel, mas com menor eficiência e lucro reduzido.
Para até 2.500 bois, boitel é melhor

Para quem engorda de 500 a 1.000 bois por ano, a recomendação de Scoton é clara: o boitel é a melhor escolha. Confinar por conta própria só compensa a partir de 2.500 cabeças, quando há escala suficiente para reduzir custos, manter estoque variado de insumos e formar uma equipe qualificada.
Na hora de escolher um boitel parceiro, o produtor deve buscar:
- Histórico de resultados comprovados,
- Tecnologia embarcada no manejo,
- Transparência nas contas,
- Diária competitiva.
Eficiência na ponta do lápis
A decisão entre confinamento próprio ou terceirizado deve ser feita com contas bem calculadas, levando em conta capacidade de gestão, poder de compra, investimento inicial e escala de produção.
Como alerta Scoton, “na pecuária, o lucro está na terceira casa depois da vírgula”.
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