Resumo
O governo dos EUA rebateu declarações de Lula sobre Trump, destacando que ele é o “líder do mundo livre” e citou investigações sobre práticas comerciais desleais no Brasil, envolvendo temas como o Pix e a Rua 25 de Março.
O Governo dos Estados Unidos rebateu, nesta quinta-feira, 17, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que Donald Trump foi eleito ‘para ser presidente dos Estados Unidos, não imperador do mundo’. Em coletiva de imprensa, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o republicano ‘não tenta ser imperador do mundo’, mas que é o ‘líder do mundo livre’.
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A afirmação de Leavitt foi dada em resposta a um jornalista brasileiro, que questionou a porta-voz sobre as declarações do petista e o encaminhamento de negociações entre a Casa Branca e o Palácio do Planalto.
Mais cedo nesta quinta-feira, Lula falou sobre o papel de Trump e declarou que o Brasil ‘não quer ser refém dos Estados Unidos’, em entrevista à CNN Internacional.
“O presidente certamente não está tentando ser o ‘imperador do mundo’, ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e é, também, o líder do mundo livre. Nós já vimos grandes mudanças ao redor do mundo graças à liderança deste presidente”, afirmou Leavitt.
Ainda durante a resposta ao jornalista brasileiro, a porta-voz também destacou a investigação do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) sobre o Brasil, nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, de acordo com comunicado distribuído pelo órgão.
O documento do governo dos Estados Unidos que traz detalhes da investigação sobre “práticas comerciais desleais” no Brasil cita vários temas, entre eles o sistema de pagamento eletrônico Pix e a Rua 25 de Março, localizada em São Paulo.
A medida surgiu menos de uma semana após Trump anunciar uma tarifa de 50% para o Brasil — cuja entrada em vigor, em 1º de agosto, o governo e o setor produtivo tentam evitar.
A investigação, pedida por Trump, buscará determinar “se atos, políticas e práticas do governo brasileiro são irracionais ou discriminatórios e oneram ou restringem o comércio dos EUA”.
Entre os focos da investigação estão o comércio digital e os serviços de pagamento eletrônico, as tarifas preferenciais injustas, a interferência anticorrupção e a proteção da propriedade intelectual. Outro ponto que será investigado é o acesso ao mercado de etanol pelo Brasil. A investigação também abordará a questão do desmatamento ilegal.
Sobre comércio digital e serviços de pagamento eletrônico, o objetivo será determinar se o Brasil pode prejudicar a competitividade de empresas norte-americanas envolvidas nesses setores.
Entre os potenciais prejuízos, o departamento cita a possibilidade de retaliação contra essas companhias por não censurarem o discurso político ou a aplicação de restrições à capacidade de fornecer serviços no País.
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