“Esse projeto de lei ameaça acelerar o desmatamento e minar a proteção ambiental na floresta amazônica. Ele marca um dia sombrio para as comunidades indígenas e para a luta global contra as crises climática e de biodiversidade”, afirmou.
Segundo ela, “isso prejudicará o papel de liderança do Brasil na luta contra as mudanças climáticas, pouco antes de o país sediar a conferência internacional sobre o clima em Belém”.
A deputada reforçou que, diante do desmonte no Brasil, as leis da UE passam a ser ainda mais importantes. “Essa decisão torna o projeto de lei antidesmatamento da UE mais importante do que nunca”, disse. “Os cidadãos europeus querem produtos livres de desmatamento e todos os que exportam para o mercado da UE terão de obedecer a essas regras”, completou.
Temor de impacto no acordo Mercosul-UE
Entre diplomatas europeus e brasileiros, o temor é de que a aprovação da nova lei prejudique os planos de Bruxelas e de Brasília para conseguir, finalmente, a conclusão do governo comercial entre o Mercosul e a UE.
Nos últimos anos, o setor agrícola da Europa tem usado o argumento ambiental para justificar sua rejeição ao tratado. Sob o governo de Jair Bolsonaro, o processo foi interrompido. Mas, com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, a negociação foi retomada. Mesmo assim, o veto da França impediu que, em 2023, o projeto fosse concluído.
A esperança de Lula é de que, com a guerra comercial iniciada por Trump, europeus sejam pressionados a abrir novos mercados e que, com isso, o acordo com o Mercosul finalmente se transforme em realidade.
A lei aprovada no Congresso, porém, agora ameaça esses planos.
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