Amanda Klein: Lula defende reeleição, não os interesses do país

E suas últimas declarações contra Trump, o presidente Lula escolheu defender sua reeleição no Brasil mais do que os interesses do país, opinou a apresentadora Amanda Klein na edição do Mercado Aberto de hoje no Canal UOL.

Entre a reeleição e defender os interesses do país, Lula escolheu a primeira agenda. Cada aparição, cada declaração sua, cada post nas redes sociais é guiado pelo marketing político. Quem está no comando da reação brasileira a Washington, ao Congresso, não é mais a diplomacia ou a ministra das relações institucionais, Gleisi Hoffmann.

O ministro onipresente hoje é o da secretaria de comunicação, Sidônio Palmeira. Cada resposta é calibrada de acordo com os likes das redes sociais. Lula demorou, mas se rendeu à popularidade da internet.

Em entrevista ontem à CNN americana, Lula repetiu que Trump não foi eleito para ser o imperador do mundo. Para quem está num esforço diplomático de impedir que os produtos brasileiros paguem a tarifa escorchante – praticamente um embargo – de 50%, soa como provocação.

Esse tipo de declaração traz zero benefício para o país. Mas ajuda Lula na estratégia de antagonizar com Trump, que vem rendendo pontinhos preciosos na recuperação da popularidade.
Amanda Klein

O presidente Lula voltou a criticar o presidente dos EUA, Donald Trump, e disse que vai cobrar imposto de “empresas digitais norte-americanas”, as big techs.

Amanda Klein ressaltou que o presidente do Brasil pegou no ponto fraco de Donald Trump ao falar sobre a taxação às big techs, aumentando ainda mais o conflito com o governo dos Estados Unidos.

A Casa Branca respondeu, por meio da porta-voz, Karoline Leavitt, que o presidente americano não está tentando ser o imperador do mundo, mas é um presidente forte dos Estados Unidos. Não satisfeito, Lula falou ao seu público interno em evento da UNE e disse que vai taxar as big techs. Pegou no ponto fraco de Trump.

Os poderosos do vale do silício, outrora democratas, são hoje apoiadores empedernidos do republicano que defende a desregulamentação das redes, o contrário do caminho trilhado por Brasil e UE, que cobram mais responsabilidade das redes sociais.

Trump respondeu à provocação de Lula à noite, com uma nova carta, desta vez endereçada ao opositor político do petista, Jair Bolsonaro. O americano chamou o Brasil de regime ridículo de censura. O termo “regime” é empregado em referência a nações autoritárias.

Obviamente não é o caso do Brasil. Mas parece que Trump – na sua visão distorcida de praticamente tudo – quer fazer do Brasil um case para o mundo. Não há nenhuma desescalada da tensão. De parte a parte, o conflito só aumenta.
Amanda Klein

O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

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