Eduardo é citado 40 vezes em decisão de Moraes com medidas contra Bolsonaro

O nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi citado 40 vezes na decisão que determinou medidas cautelares contra o pai do deputado licenciado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

A decisão de Alexandre de Moraes tem 47 páginas. Nelas, o ministro detalha a atuação de Eduardo nos Estados Unidos e argumenta que “as condutas praticadas por Bolsonaro se alinham ao modus operandi de seu filho”.

Em comparação, o nome de Jair Bolsonaro é citado 52 vezes na peça. Por determinação do STF, o ex-presidente está de tornozeleira eletrônica, não pode sair de casa durante a noite ou aos fins de semana e usar redes sociais.

A PF pediu as medidas cautelares contra Bolsonaro pelos mesmos crimes atribuídos a Eduardo: coação no curso do processo e obstrução de investigação. A decisão de Moraes aponta “alinhamento de condutas delitivas” entre pai e filho, e sustenta que as ações de Eduardo foram fundamentais para a estratégia de obstrução da investigação.

Na peça, Eduardo é tratado como responsável pela articulação que resultou no tarifaço anunciado por Donald Trump no Brasil. Moraes cita que a PF verificou “o alinhamento das condutas delitivas” entre Jair e Eduardo Bolsonaro, buscando criar entraves econômicos nas relações comerciais entre os EUA e o Brasil.

Moraes também menciona 13 posts do deputado nas redes sociais. Nas publicações, o filho do ex-presidente pressiona por sanções contra o Brasil e Moraes, incluindo a possibilidade de revogação do visto do ministro, anunciada ontem pelos EUA.

As condutas têm a intenção de “induzir, instigar e auxiliar governo estrangeiro a prática de atos hostis ao Brasil”, diz a decisão. Moraes também cita “ostensiva tentativa de submissão do funcionamento do STF aos Estados Unidos”, com a finalidade de arquivamento da ação penal sobre a trama golpista.

Eduardo Bolsonaro e o réu Jair Bolsonaro comemoraram a gravíssima agressão estrangeira ao Brasil, manifestando-se favoravelmente às “sanções/taxações” e instigando o Governo norte americano a tomar novas medidas e atos hostis contra o Brasil, inclusive para “submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado, com clara fronta à soberania nacional”, como se verifica em várias manifestações nas redes sociais e na imprensa.

No curso das investigações, portanto, as condutas ilícitas de Eduardo Bolsonaro não só permaneceram, como também se agravaram com o auxílio direto de Jair Bolsonaro, como bem apontado na investigação da Polícia Federal e nas diversas postagens em redes sociais e entrevistas na mídia.

Eduardo agradeceu Trump por sanções

Após os EUA anunciarem revogação dos vistos de ministros do STF, Eduardo afirmou que “tem muito mais por vir”. Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também”, escreveu no X.

Ele também manteve a defesa do tarifaço sobre os produtos brasileiros. Em entrevista à CNN, disse que a tarifa de 50% “não é o cenário desejado”, mas é a “única esperança” que resta. O deputado também afirmou que “lamenta que o povo brasileiro tenha que pagar a conta”.

Fonte


Publicado

em

por

Tags:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *