A representação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro (PL) foi enviada ao STF em 11 de julho, dois dias após Donald Trump anunciar tarifa de 50% contra produtos brasileiros.
O que aconteceu
Representação levou Moraes a decretar medidas contra Bolsonaro, como uso de tornozeleira eletrônica. Por decisão do ministro, a Polícia Federal cumpriu hoje mandados na casa do ex-presidente e no escritório do PL, em Brasília. O celular dele também foi recolhido pelos agentes.
Representação, que está em sigilo, foi protocolada no STF e distribuída para relatoria do ministro em 11 de julho. No documento, a PF disse ver indícios de que o ex-presidente cometeu crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque a soberania nacional. As medidas decretadas hoje por Moraes, a pedido da PF, tiveram aval da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Dois dias antes da representação, Trump anunciou tarifa de 50% para importação de produtos brasileiros. Ao justificar a medida, o presidente americano citou o processo contra o ex-presidente no STF por tentativa de golpe e chamou o julgamento de “uma vergonha internacional”.
Outras medidas cautelares determinadas por Moraes, segundo apurou o UOL, são:
- proibição de falar com outros réus e investigados, entre eles, Eduardo Bolsonaro, seu filho e deputado federal licenciado, que se encontra nos Estados Unidos;
- recolhimento domiciliar das 19h às 6h e aos finais de semana;
- está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros;
- não pode se aproximar de embaixadas (em novembro de 2024, Bolsonaro disse ao UOL que era vítima de perseguição e não descartou se refugiar em uma embaixada em caso de prisão decretada ao final do processo penal);
- não pode ter acesso às redes sociais.
Operação acontece após carta de Trump
Operação acontece após carta de Trump. Medidas foram decretadas após o presidente americano enviar carta a Bolsonaro, atacando processo judicial. Ontem, Trump publicou nas redes sociais que o ex-presidente brasileiro está recebendo um “tratamento terrível pelas mãos de um sistema injusto”.
Bolsonaro é réu pela trama golpista, que está sendo julgada no STF. Nesta semana, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou as alegações finais, uma das últimas etapas do processo. As defesas ainda poderão se manifestar antes do julgamento, que pode condenar ou absolver o ex-presidente por crimes que somam mais de 40 anos de prisão.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o começo do ano fazendo lobby por sanções a autoridades brasileiras. A estratégia do deputado tenta reverter uma possível sentença desfavorável contra o pai.
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