O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, classificou a live do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), transmitida hoje, como uma “covarde tentativa de intimidação” a servidores da corporação.
O que aconteceu
Diretor da PF disse ao UOL que vai pedir que as declarações de Eduardo Bolsonaro sejam incluídas em investigação contra Eduardo aberta no STF. Inquérito apura coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração e atentado à soberania. O deputado afirma que está fazendo articulações junto ao governo americano para impor sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
Eduardo disse a respeito de um membro da PF: “Se eu ficar sabendo quem você é, vou me mexer”. Para o deputado, algum membro da PF estava assistindo a transmissão para delatá-lo. “Vai lá, coleguinha da Polícia Federal. Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo. Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”. “Se eu ficar sabendo quem você é, vou me mexer”. Minutos antes, ele estava atacando Alexandre de Moraes, a quem chamou de “medíocre”.
O deputado, que foi escrivão da PF, mencionou um Processo Administrativo Disciplinar aberto contra ele na instituição. “Pergunta ao tal delegado [da PF] Fábio Schor se ele conhece a gente. Está movendo um PAD contra mim, né? Ele está achando que eu estou preocupado com o meu futuro na Polícia Federal. Rapaz, vocês não sabem a honra que é ser perseguido por vocês.” Fábio Schor é delegado da PF, responsável por investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante a live, Eduardo também chamou o ministro Alexandre de Moraes de “psicopata” e “gangster”. “O Alexandre Moraes é um psicopata, ele não é uma pessoa igual a você. Só que o meu recado é para o Moraes. Eu queria ter a certeza de que ele soubesse que a gente não vai recuar. Quando eu falo a gente, é porque eu não trabalho sozinho”, falou o deputado.
Na live de hoje, Eduardo afirmou que não vai renunciar ao cargo de deputado. Ele está nos EUA desde março e tirou uma licença parlamentar de 120 dias, que terminou hoje. Eduardo volta a receber salário de R$ 46,3 mil da Câmara amanhã.
Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal. Vamos instruir o inquérito em andamento com mais esse ataque às instituições, agora diretamente à PF, fato que se soma aos demais sob investigação.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, ao UOL
Deixe um comentário