Casagrande também falou sobre segurança pública. Ele tem posições firmes: é contra a progressão de regime para condenados por assassinato e defende dar poder de polícia às guardas municipais. Lula também foi assunto da conversa. O governador avalia que o presidente falha em aconvencer a sociedade que tem responsabilidade com as contas públicas. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Contra impeachment de Moraes
O governador do Espírito Santo considera não haver motivos ou fatos que justifiquem afastar ministros do STF. Casagrande ressalta que nenhum agente público está imune de impedimento. Mas ele diz que é contra afastar ministros por questões ideológicas.
Questionado se há elementos para o impeachment de Alexandre de Moraes, o governador responde que não. Ele diz que não decidiu se será candidato. Mas as pesquisas o encorajam. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas coloca Casagrande com 49,2%, mais do que o dobro do segundo colocado. A chance de se eleger é ainda maior porque em 2026 estão em disputa duas vagas por estado.
A princípio não vejo nenhuma razão para que isso [impeachment] aconteça.
Sem compromisso fiscal
Para ele, que faz parte da base governista, assim como seu partido (o PSB), o Brasil não consegue transmitir credibilidade nas contas públicas. Casagrande diz que Executivo, Legislativo e Judiciário dificultam o progresso do país por gastar demais mirando interesses próprios.
O que a gente assistiu nesses últimos anos foi a incapacidade do governo central de dar uma demonstração clara de que o Brasil está caminhando para a estabilidade fiscal.
O governador inclui o Legislativo nesta análise. Na avaliação dele, senadores e deputados aprovam leis contra o equilíbrio fiscal. Ele cita salários mínimos para categorias como professores e o avanço do Congresso sobre orçamento na questão das emendas parlamentares.
Nós temos hoje um presidencialismo de fachada.
O Judiciário também é alvo de suas críticas. Ele reclama que é os magistrados são corporativistas e trabalham para criar penduricalhos.
O que a gente assiste no Poder Judiciário sempre são medidas que acabam trazendo privilégios para o Poder Judiciário.

Poder de polícia para guardas municipais
Casagrande diz que as guardas municipais já atuam como polícia. Ele defende que esta realidade seja reconhecida e amparada por uma legislação. Acrescenta que a medida serviria para articular o trabalho das forças de segurança pública nos três níveis: municipal, estadual e federal.
Eu sou inclusive defensor que a gente tenha também a votação da PEC das guardas municipais para que elas tenham poder de polícia.
Sem progressão de regime para assassinos
O governador tem posições diferentes do que pensa considerável parte da esquerda a respeito de progressão de regime para condenados por homicídio. Casagrande é contra o benefício. A posição dele é ainda mais enfática quando o assassinato ocorre por ordem de facção criminosa.
Ele afirma que as autoridades reduzirem ou acabarem com progressão de pena é sinal claro de não tolerar homicídios. Casagrande diz que é importante respeitar os direitos humanos, mas é crucial dar resposta a quem sofreu a agressão ou à família da vítima.
Eu sou amplamente a favor de você não ter progressão de pena para homicida.

Em defesa da PEC da Segurança
Casagrande tem bons resultados para apresentar na segurança pública. No primeiro mandato como governador, em 2011, o Espírito Santo tinha 56,4 homicídios por 100 mil habitantes. Agora, o indicador é de 17,6 por 100 mil moradores.
Ele é favorável à PEC da Segurança Pública e contra o argumento de que tira a autonomia dos governadores. Casagrande diz que é correto o governo federal articular com os estados procedimentos iguais, metodologia semelhantes, troca de informações. O governador afirma ainda que sua equipe examinou a proposta e não encontrou problemas.
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