Delegados rebatem fala de Eduardo sobre a PF: 'Retóricas vazias'

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) rebateu hoje as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra a corporação.

O que aconteceu

Eduardo tentou “atacar a credibilidade” da Polícia Federal e dos delegados, segundo a associação. “A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal repudia com veemência as declarações inaceitáveis do parlamentar federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que tenta, mais uma vez, atacar a credibilidade da Polícia Federal e de seus Delegados.”

De volta ao cargo de deputado, Eduardo disse a respeito de um membro da PF: “Se eu ficar sabendo quem você é, vou me mexer”. Para ele, algum policial estava assistindo à transmissão para delatá-lo. “Vai lá, coleguinha da Polícia Federal. Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo. Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”, disse ele. Minutos antes, Eduardo estava atacando Alexandre de Moraes, a quem chamou de “medíocre”.

O parlamentar, que foi escrivão da PF, mencionou um Processo Administrativo Disciplinar aberto contra ele na instituição. “Pergunta ao tal delegado [da PF] Fábio Schor se ele conhece a gente. Está movendo um PAD contra mim, né? Ele está achando que eu estou preocupado com o meu futuro na Polícia Federal. Rapaz, vocês não sabem a honra que é ser perseguido por vocês.” Fábio Schor é responsável por investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O UOL revelou no ano passado que Shor relatou ameaças uma semana após indiciar Bolsonaro. Na ocasião, a PF indiciou o ex-presidente no caso das joias. Segundo o relato, o boneco de um macaco azul foi pendurado no limpador traseiro do carro do delegado. O veículo estava estacionado em seu endereço residencial, em Brasília.

Ataques de Eduardo são classificados pela associação como “retóricas vazias”. “A ADPF permanecerá firme na defesa intransigente da instituição e de seus membros, que não se intimidarão diante de investidas autoritárias ou retóricas vazias. Adotará, inclusive, as medidas judiciais cabíveis para responsabilização daqueles que atentam contra a honra e a independência funcional dos delegados de Polícia Federal.”

Tentativa de constranger corporação revela “desrespeito às garantias constitucionais”, dizem os delegados. “A tentativa de constranger uma instituição de Estado, reconhecida por sua atuação isenta e rigorosa no combate ao crime com a estrita observância ao ordenamento jurídico, revela um claro desrespeito às garantias constitucionais que asseguram a autonomia funcional dos Delegados de Polícia Federal — prerrogativa essencial para o pleno exercício da Justiça.”

Os delegados de Polícia Federal não se curvarão a pressões políticas, nem a narrativas que visam desmoralizar a missão de servir à sociedade, com base na legalidade e na verdade dos fatos.
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal

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