Coca-cola 'atende' Trump e anuncia receita com açúcar de cana

A Coca-Cola ‘atendeu’ o pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e anunciou uma versão com açúcar de cana para o mercado local. A empresa divulgou a informação no dia em que informou seus resultados financeiros do segundo trimestre deste ano.

Na semana passada, o presidente americano disse em uma rede social que a empresa concordou em substituir o xarope de milho com alto teor de frutose pelo de cana. Em resposta, também via redes sociais, a Coca-cola agradeceu o interesse de Trump em sua marca e sinalizou que poderia haver novidades.

Em entrevistas à imprensa americana, o CEO da empresa, James Quincey, disse, no entanto que, a estratégia é complementar. O xarope de milho não será excluído do refrigerante. No México e em sua linha kosher – produzida conforme as tradições do judaísmo – já tem açúcar de cana na receita.

De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país consome 12,5 milhões de toneladas de açúcar por ano. A produção da commodity a partir da cana totaliza 4 milhões de toneladas. O restante vem da beterraba e de importações.

Apesar das proporções, Quincey afirmou que a Coca-cola tem o ingrediente em quantidade suficiente para o refrigerante, e o suprimento não será problema.

A empresa Reflexity, de informações de mercado com base em inteligência artificial, calcula que a mudança na receita pode elevar a demanda pelo açúcar de cana em 1,4 milhão de toneladas. A cota se baseou na lata de 355 ml, que leva 39 gramas do ingrediente.

O anúncio da nova linha de refrigerantes mexe com uma das maiores agroindústrias dos Estados Unidos. O milho é o principal grão produzido no país, e a expectativa é de safra recorde neste ano. Ao mesmo tempo, permanecem as incertezas sobre a demanda internacional.

A notícia vem também no momento em que o governo dos Estados Unidos prepara a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos do principal fornecedor global de açúcar de cana: o Brasil, que atende o mercado americano, principalmente, por meio das usinas do Nordeste.

De tudo o que os Estados Unidos importam de açúcar, uma cota de 750 mil toneladas é isenta de tarifa. Acima deste volume, a cobrança é de 80%. A do Brasil é de 146,6 mil toneladas. É um volume relativamente pequeno, diante do que as usinas brasileiras embarcam para o mercado externo a cada safra.

Mas não deixaria de ser um ponto de incerteza. A consultoria Datagro calcula que a medida do governo americano impõe um custo adicional de US$ 27,9 milhões às usinas, levando em conta um valor de US$ 371 por tonelada.

Resultados

No balanço do segundo trimestre, a Coca-cola reportou lucro de US$ 3,81 bilhões, superando, de acordo com a imprensa americana, as previsões do mercado financeiro local. A receita foi de US$ 12,5 bilhões.

*Com informações de Dow Jones Newswires e Bloomberg

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