Araújo está entre os réus do núcleo 3 da trama golpista. O grupo é formado por militares “kids pretos” que, segundo a PGR, teriam atuado para planejar ações táticas para manter Bolsonaro no poder.
Advogado disse ter sido informado pelo Exército que não seria obrigatório o comparecimento. A defesa disse na audiência desta manhã que ficou sabendo “informalmente” que, para a assessoria jurídica do Exército, os militares não seriam obrigados a ir depor. Em resposta ao pedido do advogado, Moraes informou que caberia às defesas proceder à intimação das testemunhas.
O STF realiza até amanhã as audiências. São ouvidas as testemunhas dos réus da ação penal do núcleo 3 da trama golpista.
Advogados desistem de principais testemunhas. Além dos militares que não comparecerem, as defesas dos demais réus do núcleo 3 desistiram de ouvir algumas das principais testemunhas que estavam previstas, como o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o general Valério Stumpf Trindade, que foi chefe do Estado Maior do Exército entre 2022 e 2023.
Militares são investigados no STF
Militares que elaboraram carta ao Alto Comando chegaram a ser investigados pelo próprio Exército. São os militares Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, Anderson Lima de Moura, Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo. A investigação sobre a conduta deles foi iniciada na Força, mas depois foi remetida ao STF, onde tramita em sigilo, sob relatoria de Moraes.
Como investigados, eles não têm a obrigação de falar a verdade. Eles poderiam até ficar em silêncio.
Carta apócrifa circulou em grupos de WhatsApp em 2022 e, segundo a PGR, seria uma forma de pressionar o Alto Comando. Texto foi divulgado justamente na época de uma reunião em novembro de 2022. Na época, havia manifestações em frente a quartéis-generais de todo o país. Além disso, grupos radicais pressionavam militares a agir para impedir a posse de Lula, eleito presidente naquele ano.
Em trecho do texto revelado pela Folha, militares afirmam que Forças Armadas seriam os “reais guardiões” da Constituição. “É natural e justificável que o povo brasileiro esteja se sentindo indefeso, intimidado, de mãos atadas e busque nas FFAA [Forças Armadas], os ‘reais guardiões’ de nossa Constituição, o amparo para suas preocupações e solução para suas angústias”, diz o documento.
Núcleo 3 teria atuado para executar plano para assassinar ou capturar Moraes. Militares das forças especiais são acusados de atuar na parte operacional da trama golpista.
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