A comissão de senadores que se reunirá com parlamentares norte-americanos para discutir o tarifaço imposto por Donald Trump se revela frágil por não ter um interlocutor nos Estados Unidos, afirmou o colunista Ronilso Pacheco na edição de hoje do UOL News.
A delegação, composta por oito senadores, viaja aos EUA poucos dias antes da entrada em vigor do tarifaço, que começa a valer em 1º de agosto.
Essas frentes, sobretudo as que não são do governo e vêm do campo parlamentar, estão disputando protagonismo para ver quem consegue primeiro algum tipo de resposta, mesmo sabendo que esse tipo de solução não virá. Não é assim que funciona; é extremamente burocrático e o acesso às agendas do governo norte-americano é muito difícil, assim como as interlocuções.
Isso mostra uma certa fragilidade da comissão de relações exteriores. Podemos lembrar, por exemplo, como grande parte do bloco bolsonarista fez toda uma campanha para que Eduardo Bolsonaro fosse presidente da comissão e essa talvez fosse uma condição para que ele ficasse no Brasil.
Não temos um bom interlocutor com uma experiência política significativa que furasse esse bloqueio e tentasse essas conversas a partir da Casa Branca. Isso funciona com bons interlocutores em Washington permanentemente, inclusive da sociedade civil. São pontes de diálogo e de aproximação com o campo legislativo. Ronilso Pacheco, colunista do UOL
Para Ronilso, a chance de a comissão alcançar algum resultado prático é mínima.
Isso mostra uma fragilidade e ineficiência da comissão, que nunca se viu diante de uma situação tão complexa e na qual ela fosse tão necessária. Alguns desses senadores integraram aquelas excursões totalmente sem sentido, muito por conta do projeto particular do Eduardo Bolsonaro, e foram para Washington praticamente a passeio.
Eles participaram de oitivas para denunciar uma suposta ditadura no Brasil, certamente sem ter grande consciência do que estavam fazendo e do peso político que aquilo ali teria. Havia toda uma configuração internacional à qual os senadores estavam completamente alheios.
Pensando nessa viagem de passeio, eles desenharam essa ida a Washington, como se eles fossem recebidos com tapete vermelho na Casa Branca por serem parlamentares. É claro que isso não acontecerá.
A própria recusa em dizer quem são os interlocutores mostra, no final das contas, que ninguém tem interlocutor. Todos querem ser protagonistas de uma solução que não virá porque não é fácil de ser encontrada. Ronilso Pacheco, colunista do UOL
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