Entidades de defesa dos animais comemoram proibição de testes cosméticos em vertebrados vivos

A Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira, 9, projeto de lei que proíbe os testes de cosméticos, perfumes, ingredientes ou produtos de higiene pessoal em animais vertebrados vivos. O texto já recebeu o aval do Senado Federal, em 2022, e precisa de sanção presidencial para entrar em vigor. Entidades de defesa dos animais, como Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Mercy for Animals e Humane World for Animals celebraram a decisão.

“O Brasil está a um passo de se juntar às nações que colocaram um fim definitivo a essa prática cruel e ultrapassada”, afirmou Antoniana Ottoni, especialista de Relações Governamentais da Humane World for Animals.

“A decisão estabelece um importante precedente e abre caminho para novos avanços, além de aproximar o Brasil dos países que estão na vanguarda da proteção animal”, complementa George Sturaro, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Mercy For Animals no Brasil.



Lei define que produtos que realizaram testes com animais antes da proibição podem continuar sendo vendidos.
Lei define que produtos que realizaram testes com animais antes da proibição podem continuar sendo vendidos.

Foto: Jair Aceituno/Estadão / Estadão

O autor, deputado Ricardo Izar (Republicanos-SP), defendeu que “assim como os seres humanos, os animais carecem de especial proteção pelo Estado”. Ele justificou o projeto de lei afirmando que “apesar do desenvolvimento internacional de métodos alternativos que poupem sofrimento e dor aos animais no segmento da indústria de cosméticos, pouco ou quase nada se tem feito”.

Em seu voto, o relator, Ruy Carneiro (Podemos-PB) citou alternativas que podem substituir os testes em seres vivos, como modelos computacionais, bioimpressão 3D de tecidos, organoides e culturas celulares. “Manter a experimentação animal como prática dominante representa não apenas uma falha ética, mas um retrocesso científico”, alertou.

A lei prevê que é possível vender os cosméticos que foram testados em animais antes da lei entrar em vigor, mas os dados obtidos por testes feitos em vertebrados vivos feitos após a promulgação não serão válidos para permitir a comercialização, “exceto nos casos em que forem obtidos para cumprir regulamentação não cosmética nacional ou estrangeira”.

A proposta é mais um avanço em defesa do direito dos animais. Em junho, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) sancionou lei que proibe fazer tatuagens ou piercings em cães e gatos para fins estéticos. O texto definiu que as penas para quem recorrer a tal ato serão de dois a cinco anos de prisão, multa e perda da guarda do animal doméstico.

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