O fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo resfriamento da superfície do Oceano Pacífico Equatorial, pode voltar a influenciar a atmosfera. É o que informou a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), órgão americano de monitoramento meteorológico.
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Por enquanto, a neutralidade tem 56% de chance de permanecer entre agosto e outubro. Porém, em boletim divulgado nesta quinta-feira (10/7), o órgão descreveu que as chances do fenômeno se estabelecer no outono e inverno de 2025/26 no hemisfério norte (primavera e verão no hemisfério sul) “está aumentando”.
Segundo o gráfico divulgado pelo NOAA, a chance de o La Niña se estabelecer entre outubro e janeiro beira os 50% e superou a probabilidade da neutralidade se manter na atmosfera.
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O que isso significa para o Brasil?
Segundo Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, se confirmada, a condição não deve impactar com tanta força o Brasil como um todo, porém há uma preocupação de que, a partir de dezembro, as chuvas no Sul fiquem mais irregulares.
“Entre novembro, dezembro e janeiro, não me surpreenderia se algumas regiões, especialmente o Rio Grande do Sul, enfrentarem estiagens”.
Santos lembra que produtores do Rio Grande do Sul têm sido fortemente impactados por questões climáticas nos últimos anos, com episódios seguidos de estiagens e chuvas em excesso, responsáveis por quebras de safra severas.
O modelo do NOAA indica uma tendência de La Niña repentina, mesmo que fraca e de curta duração. Porém, ainda é cedo para afirmar, esclarece o especialista.
O que é o La Niña?
O período de La Niña é caracterizado por uma anomalia negativa na temperatura de -0,5 °C ou menos nas águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial, que deve se manter por, pelo menos, cinco trimestres consecutivos para ser oficializado. A variação positiva indica El Niño.
Há diversas teorias sobre o que está por trás dessas anomalias, mas não há um consenso na comunidade científica para justificar estes ciclos. O que se sabe são os efeitos dos fenômenos no clima.
Por regra, durante o La Niña, as chuvas diminuem na região Sul e aumentam no Norte e Nordeste. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, há riscos de períodos frios, com as temperaturas abaixo da média histórica. Foi assim na última vez em que ficou ativo, entre 2020 e 2023, explica Patrícia Cassoli, meteorologista da Climatempo.
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