O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, declarou que o setor está inseguro e sugeriu que o setor de alimentos seja tirado das taxações. A avaliação foi feita nesta terça-feira (15/7), após a reunião do agro com o governo para debater as tarifas impostas pelo governo Donald Trump aos produtos brasileiros. O setor de frutas também aposta em diálogo técnico.
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Segundo Coelho, o Vale do São Francisco, região produtora entre Pernambuco e Bahia, está “em pânico” com a possibilidade de taxação dos produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos. A preocupação principal é com a exportação de manga, que começará a ser colhida em agosto.
Segundo ele, não havia taxação para o mercado de manga, passou a 10% e agora vai a 50%. Se isso se confirmar, inviabiliza-se o segmento que já está todo preparado.
“Não sabemos o que fazer. Nesta safra, são 2,5 mil contêineres de manga para os EUA. Já temos reservas nos navios e tudo organizado com quem vai receber e, agora, estamos inseguros”. Segundo ele, o planejamento das exportações foi feito há seis meses, com reservas de navios e contêineres.
Por outro lado, os supermercados norte-americanos, que aguardam as frutas, também estão “inseguros”.
A safra da manga no Brasil começa dia primeiro de agosto, o que agrava o temor.
Com a preocupação latente, Coelho pediu para que os alimentos sejam retirados das propostas de tarifação do presidente Donald Trump.
Segundo ele, cerca de 2,5 mil contêineres seriam enviados aos norte-americanos, mas a exportação fica inviável com a tributação de 50%.
“Fico sonhando que a parte de alimentação seja tirada das taxações, ainda mais com a insegurança alimentar global”, reiterou.
A medida acaba com o planejamento da safra, feito há seis meses, disse o dirigente após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e outras lideranças setoriais para tratar do “tarifaço” de Donald Trump.
“O Vale está em pânico, não sabemos o que fazer”, disse. Recentemente, a reportagem mostrou que a taxação já paralisou as negociações para exportações de manga do Brasil para os Estados Unidos. Coelho reforçou que não há viabilidade para redirecionar a fruta para a Europa e que a maior oferta no mercado interno vai derrubar os preços do produto aos fruticultores do Nordeste.
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