Após o pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados por tentarem dar um golpe de Estado em 2022, governistas e bolsonaristas se manifestaram nas redes sociais sobre as alegações finais da PGR.
Enquanto os aliados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que prisão de ex-presidente é praticamente inevitável e destacam as tentativas, inclusive com pressão internacional do aliado, presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os bolsonaristas tentam comparar outro caso analisado pela PGR, envolvendo o escândalo do INSS.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o relatório de Gonet não deixa dúvidas sobre “responsabilidade total” de Bolsonaro e seus aliados sobre a trama golpista e, consequentemente, nos atentados de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
“É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso País. Ele sabe que, no curso do devido processo legal, é praticamente inevitável sua condenação por cinco crimes contra a democracia e o estado de direito, conforme indicou a PGR”, disse a ministra.
As alegações finais da Procuradoria-Geral da República não deixam dúvidas sobre a responsabilidade total de Jair Bolsonaro e seus cúmplices na trama golpista que culminou nos atentados de 8 de janeiro de 2023. É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 15, 2025
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também relacionou a tarifa anunciada por Trump com a ação penal contra Bolsonaro, chamando a taxação de “chantagem”.
“Trump ameaça o Brasil com tarifas de 50% caso Bolsonaro não seja anistiado. Eduardo e Flávio articulam essa ofensiva no exterior. É uma tentativa de golpe continuado com apoio estrangeiro. Mas Bolsonaro será condenado e preso por seus crimes. Não haverá anistia. O Brasil é soberano!”, escreveu o deputado.
GRANDE DIA! A PGR pediu a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, mas não só: também por chefiar organização criminosa armada, incitar violência, usar a PRF e a ABIN contra a democracia, e promover dano ao patrimônio público. A trama foi coordenada, com método e…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) July 15, 2025
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o pedido da PGR pela condenação de Bolsonaro, que pode pegar mais de 43 anos de prisão, “explica a chantagem que estão fazendo com a economia brasileira”.
Grande dia! O PGR pede a condenação de @jairbolsonaro por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Isso explica a chantagem que estão fazendo com a economia brasileira através do @realDonaldTrump .
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) July 15, 2025
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) aproveitou para provocar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pivô da guerra tarifária declarada por Trump. A parlamentar publicou uma captura de tela do deputado, em que ele pergunta “a quem interessa isso tudo”, após listar os crimes pelos quais o pai responde. “Ao Brasil”, respondeu Talíria.
Ao Brasil!
BOLSONARO PRESO pic.twitter.com/fyUVEHqZFo
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) July 15, 2025
Já os bolsonaristas mantém o discurso de que o ex-presidente está sendo perseguido pelo Poder Judiciário, e que todas as provas colhidas e apresentadas durante o processo se tratam de “narrativa”.
Eduardo, que está nos Estados Unidos buscando sanções que ajudem reverter a possível condenação do pai, publicou uma captura de tela com manchete que diz que a PGR defende redução de pena para o delator Mauro Cid, em vez de manter o acordo de delação premiada.
A Procuradoria defendeu que, embora a colaboração do militar tenha sido útil à investigação, a Polícia Federal elucidou de forma “espontânea” boa parte dos fatos narrados na denúncia. Além disso, Cid descumpriu os termos de seu acordo com a Justiça, omitindo fatos e informando terceiros sobre as diligências.
E mais uma vez a história se repete.
Compactuar com o regime nunca deveria ser uma opção.
Entendeu, Gonet? pic.twitter.com/CJ8bDK9unk
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) July 15, 2025
“E mais uma vez a história se repete. Compactuar com o regime nunca deveria ser uma opção. Entendeu, Gonet?”, questionou o deputado federal.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente na gestão de Bolsonaro, afirmou que a manifestação da PGR “já era esperada em um processo claramente político e com a única finalidade de tirar o ex-presidente do contexto político nacional”.
A manifestação do PGR, pedindo a condenação de Jair Bolsonaro e assessores, já era esperada em um processo claramente político e com a única finalidade de tirar o ex-presidente do contexto político nacional.
Além disso, sem nenhuma evidência prática, simplesmente “jogam no…
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) July 15, 2025
Diferentemente da maioria dos aliados, Mourão criticou o tarifaço imposto por Trump, afirmando durante audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre o tema nesta terça-feira, 15, que “não aceita que Trump venha meter o bedelho”.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) relativizou a sugestão de condenação dos réus pela PGR por “organização criminosa”, sugerindo que os integrantes da Procuradoria devem “sair de seus confortáveis gabinetes” e andar nas ruas para “ver o que é uma organização criminosa torturando e decapitando mulheres”.
“Dizer que um general idoso, que dedicou toda sua vida a servir a pátria, faz parte de uma das organizações criminosa”, escreveu a senadora, se referindo ou ao general Augusto Heleno, ou ao general Walter Braga Netto, ambos integrantes do “núcleo crucial” do golpe.
Organização criminosa?
Bem, acho que a PGR não sabe o que é Organização criminosa.
Saiam de seus confortáveis gabinetes, senhores membros da PGR, andem nas ruas que verão o é uma Organização criminosa torturando e decapitando mulheres.
Acessem o Disque 100 evejam quantos… pic.twitter.com/9jJEr87lFC
— Damares Alves (@DamaresAlves) July 15, 2025
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que País vive “democracia relativa”, comparando o tratamento dado pela PGR à ação penal contra Bolsonaro e os demais golpistas, e ao pedido de investigação contra Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência por fraudes no INSS.
Na decisão, publicada na última quarta-feira, 9, Gonet afirmou que a “simples menção” a autoridade com foro privilegiado não é suficiente para descolamento de competência da investigação para o Supremo.
Essa é democracia relativa do Brasil, você está lendo certo. Roubar aposentados a PGR não prende.
Agora, uma suposta “trama golpista” com enredo que nenhum diretor de cinema faria, é motivo para condenar o MELHOR e mais HONESTO presidente da república que o Brasil conheceu.… pic.twitter.com/0lnh0WeP3c
— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) July 15, 2025
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também comparou os dois casos, chamando o processo penal contra Bolsonaro de “vingança”.
A mesma PGR que arquivou a investigação sobre fraudes bilionárias no INSS, envolvendo o ex-ministro de Lula, Carlos Lupi, agora pede 43 anos de prisão para Bolsonaro, por “tentativa de golpe” — sem arma, sem ordem, sem provas. Enquanto o Governo Lula afunda em Corrupção e…
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 15, 2025
“Enquanto o governo Lula afunda em corrupção e escândalos, a Justiça prefere se vingar do presidente Bolsonaro e de toda oposição. Podem escrever o roteiro que quiserem. No final, a verdade prevalecerá”, diz trecho da publicação.
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