O conselho de administração da Minerva aprovou nesta terça-feira (15/7) a homologação de um aumento de R$ 1,85 milhão no capital social da companhia, em decorrência do exercício de bônus de subscrição. Ao Valor, a empresa ressaltou que mais subscrições vão continuar a ocorrer até 2028, somando R$ 1 bilhão.
Em junho, o colegiado já havia aprovado um aumento de capital de R$ 2 bilhões. Desta forma, considerando o montante que virá por meio de bônus de subscrição nos próximos três anos, o aumento de capital da Minerva irá totalizar R$ 3 bilhões.
O valor de R$ 1,85 milhão aprovado nesta terça-feira representa 358.779 novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, com preço de emissão de R$ 5,17. A medida levou o capital da empresa para os atuais R$ 3,68 bilhões, divididos em 994.489.382 ações.
Com os recursos levantados, a maior exportadora de carne bovina da América do Sul já iniciou um processo de corte de suas dívidas, principalmente com recompras de bonds, para redução da alavancagem – medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda.
A alavancagem da Minerva cresceu em função da compra de 13 plantas da Marfrig concluída no ano passado no Brasil, Chile e Argentina. Outras três unidades que fazem parte do negócio seguem em análise das autoridades locais no Uruguai e, caso haja a aprovação, uma delas será revendida para a Allana Magellan pelo valor de US$ 48 milhões, para evitar concentração de mercado.
A dívida líquida da Minerva terminou o primeiro trimestre deste ano em R$ 15,58 bilhões, alta de 73,3% no comparativo anual e a alavancagem alcançou 3,7 vezes, conforme dados do balanço financeiro mais recente.
Contando com boas condições de mercado para exportação de carne bovina da América do Sul e as expectativas de retorno dos ativos que foram adquiridos da Marfrig, a Minerva chegou a citar em meados de abril que pretendia gerar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões em caixa livre neste ano, valor que também seria utilizado para pagamento de passivos.
Agora, diante da taxação de 50% anunciada pelos Estados Unidos contra produtos do Brasil, ainda não se sabe se os planos de geração de caixa da Minerva serão mantidos. Até o momento, a companhia prevê um potencial impacto de, no máximo, 5% para a receita líquida.
A empresa pretende continuar a atender o mercado americano com as unidades localizadas na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália.
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