Alta nos fertilizantes fosfatados pressiona mercado e impõe desafios à safra 2025/26

Os preços internacionais dos fertilizantes fosfatados seguem em patamares elevados, pressionando o mercado e colocando os compradores em uma posição desafiadora para o planejamento da safra 2025/2026. De acordo com relatório de fertilizantes da StoneX, a combinação de baixa oferta global e demanda aquecida sustenta o cenário de preços firmes.

“Isso se deve às relações de troca entre os grãos e o MAP [fosfato monoamônico] que estão entre as piores dos últimos anos”, afirma Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Na ponta da demanda, a Índia tem mantido forte presença no mercado internacional devido aos baixos estoques internos. Apesar das preocupações do governo local com os altos preços, os importadores indianos continuam ativos.

“Apesar da insatisfação do governo indiano com os preços elevados, os importadores não têm alternativa no momento, sendo forçados a absorver os custos crescentes. Essa movimentação tem sido um dos fatores que contribuem para sustentar a pressão altista nos preços globais”, aponta Pernías.

Do lado da oferta, a disponibilidade de fosfatados segue limitada. O relatório destaca que a escassez tem afetado particularmente países importadores como o Brasil, que depende fortemente do fornecimento externo para atender sua demanda interna. Os principais fornecedores incluem Marrocos, China, Rússia e Egito.

“A China tem restringido os volumes exportados, o que contribui para diminuir a oferta global e sustentar os preços. Essa postura reflete sua política rigorosa de controle de preços e de garantia do abastecimento doméstico, o que acaba por impactar outros mercados, como o brasileiro”, explica o analista.

Segundo os dados da StoneX, entre o início de 2025 e a segunda semana de julho, os preços do MAP acumularam alta de cerca de 20%. Esse avanço aproxima os valores dos níveis observados em 2022, ano em que o mercado foi impactado pelo início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Pernías ressalta que os custos de produção da soja, do milho e do algodão no Brasil já estão acima dos registrados no ano passado. “Nesse contexto, a manutenção dos preços dos fosfatados em níveis elevados representa uma notícia negativa para os compradores na safra 2025/26”, conclui.

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