Granizo em Minas Gerais impulsiona preços do café na bolsa de Nova York

Os contratos futuros de café arábica iniciaram a semana em alta de 2,64% na bolsa de Nova York, refletindo preocupações com as condições climáticas no Brasil, o maior produtor de arábica do mundo. O contrato com vencimento em setembro está negociado a US$ 3,0530 por libra-peso. A valorização é atribuída ao registro de granizo em áreas produtoras do Sul de Minas Gerais na última sexta-feira (25/7), o que reacende temores de perdas na produção brasileira em plena reta final da colheita.

Depois do mercado testar o suporte e voltar a cair na sexta, o evento climático surpreendeu, pois derrubou cafés que estavam para ser colhidos nas plantas. “Eu não me recordo nos últimos de uma área tão extensa sendo atingida por granizo, que normalmente é um fenômeno mais localizado. Eu estava em Varginha na sexta-feira no final da tarde, enquanto a 30 km dali, a rodovia Fernão Dias parecia uma cena da Alpes Suíços”, descreve o analista Joseph Reiner, membro do conselho da Saudi Coffee Company (SCC), empresa do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita.

Em Varginha, o especialista diz que a chuva foi “torrencial com fortes ventos por quase 1 hora”, sendo impossível mensurar o prejuízo e a área plantada atingida. “O que dá para mensurar é que com 70 a 75% da safra colhida, o vento derrubou café no chão dos 25% restantes, e o que estava no terreiro não teria como resistir a umidade pelo vento e intensidade das chuvas”, acrescenta.

Enquanto o café lidera os ganhos entre as commodities agrícolas, o cacau segue em direção oposta. Os contratos de setembro caem 1,06%, cotados a US$ 8.241 por tonelada. O movimento de queda vem após uma sequência de altas e ainda reflete ajustes técnicos e expectativas de melhora na oferta de curto prazo, apesar do cenário estrutural seguir apertado, segundo o site Barchart.

No mercado de açúcar, os contratos de demerara com vencimento em outubro sobem 0,74%, a 16,41 centavos de dólar por libra-peso, acompanhando a firmeza do petróleo e a valorização do real frente ao dólar, que tende a reduzir a atratividade das exportações brasileiras. Além disso, o tarifaço dos Estados Unidos sobre o Brasil podem pesar para o mercado de açúcar.

Já o algodão opera com leve alta de 0,25%, a 67,18 centavos de dólar por libra-peso no contrato de outubro, em meio a um cenário de menor volatilidade e expectativa de atualização das estimativas de produção nos Estados Unidos.

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